Por Que Nos Reunimos Somente ao Seu Nome?
Esta
é uma pergunta feita com freqüência àqueles que se reúnem ao nome do Senhor
Jesus. Muitos têm expressado o desejo de que fosse escrito um tratado claro
sobre tão importante assunto e, por conseguinte, apresento afetuosamente as
considerações abaixo a todos os amados filhos de Deus. A primeira razão de nos
reunirmos somente ao Seu nome é:
O VALOR DE CRISTO
Foi
Deus Quem O exaltou e Lhe deu "um nome que é sobre todo o nome, para que
ao nome de JESUS se dobre todo o joelho... e toda a língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" (Fl 2:9-11). Assim, nosso
bendito Deus e Pai Se deleitou em honrar Aquele que é "a cabeça do corpo
da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo
tenha a preeminência" (Cl 1:18). Neste nome, tão precioso para todo
crente, se reuniam todos os cristãos nos dias dos apóstolos. E quando foram
abertas as cortinas do futuro, o que viu João, o servo de Jesus Cristo? Ao ver
a Jesus Cristo disse: "E o Seu rosto era como o sol, quando na sua força
resplandece. E eu, quando O vi, caí a Seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim
a Sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu Sou o primeiro e o último" (Ap
1:16-17). Uma porta se abriu no céu! Que visão! A visão da glória futura do
Cordeiro em meio aos milhões e milhões de redimidos - "um Cordeiro, como
havendo sido morto" (Ap 5:6).
"E
cantavam um novo cântico" (Ap 5:9). Que privilégio estar ali e ouvir esse
volume de indescritível gozo unindo-se a esse cântico! Nenhum dos que foram
redimidos para Deus se recusará a cantar: "Digno és". Hostes
angelicais exclamarão em alta voz: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de
receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações
de graças" (Ap 5:12). Sim, será possível ouvir toda a criação redimida
dizendo: "Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas
ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre" (Ap
5:13-14). Assim será adorado o nosso adorável Senhor e assim será reconhecido
no céu e por toda a criação. É este o conceito que Deus tem do Cristo
ressuscitado, que uma vez morreu por nossos pecados - "o Justo pelos
injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pd 3:18). E assim será feita a vontade
de Deus no céu.
Se
alguma alma preocupada e ansiosa estiver lendo estas linhas, deve notar bem que
esta é a glória redentora de Cristo. E quem são esses milhões de milhões de
adoradores, redimidos por Seu sangue? Malfeitores moribundos, Maria Madalenas,
pecadores da cidade. E será que Jesus é digno de trazer a esses tais para a
glória? Sim! O mais Santo, Santo, Santo Deus diz que Ele é digno! E toda a
criação exclama: "Amém" Oh! Você, querido leitor, dá crédito a Deus
agora? Este Cristo ressuscitado é tão digno que Deus diz: "sejai-vos pois
notório... que por Este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que,
pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por Ele é justificado todo
aquele que crê" (At 13:38-39). Portanto, a salvação é inteiramente por
Cristo. Bem aventurados aqueles que podem dizer: "TEMOS a redenção pelo
Seu sangue, a remissão dos pecados" (Ef 1:7 Versão Almeida Atualizada).
Não
presumo poder expor, por meio da pena ou da palavra, a gloriosa preeminência de
Cristo. Aponto para as Escrituras que tão claramente mostram a dignidade de
Cristo. Mas muitos que lerem este livreto perguntarão: "Qual é o cristão
verdadeiro que duvida, por um instante que seja, de quão digno é Cristo, ou da
grandeza de Seu exaltado nome? Com certeza há uma corda no coração de todo o
cristão que vibra em resposta ao nome de Jesus. Porém a pergunta é:
"Quanta, ou quão grande, é essa dignidade? Pode haver cem cristãos em um
pequeno povoado ou mil em uma cidade - quero dizer, aqueles que realmente têm a
redenção pelo sangue de Cristo, cujos pecados são perdoados. Ora, se Jesus é
digno do louvor e da adoração unida de toda a criação, se todos os milhões de
redimidos no céu se reunirão ao redor de Sua adorável Pessoa, então, não é Ele
digno da adoração unida de cem em uma vila e de mil em uma cidade, sobre a
Terra? Certamente no céu todo nome e divisão deixará de existir. E por que não
também na Terra
Portanto,
é um grande erro supor que nos separamos de todo nome e divisão porque cremos
que somos melhores do que os queridos filhos de Deus que estão nessas divisões.
Longe de nós pensar assim. Não! É porque JESUS É DIGNO! Sim, digno do
sacrifício de se deixar todo nome ou divisão e se reunir ao Seu nome bendito -
à Sua Pessoa bendita somente. Sim, meus caros crentes, Ele é digno de que vocês
não reconheçam outro nome a não ser o dEle. Que será que pensam os anjos,
sabendo e deleitando-se, como fazem, no nome exaltado de JESUS, quando vêem
nossas atitudes sobre a Terra? As divisões neste mundo devem apresentar um
obscuro contraste quando comparadas à unidade existente no céu. Em muitos
lugares pode-se ver todo o povo redimido de Deus levando vários nomes, e nem
ainda dois ou três reunidos unicamente ao nome de Jesus. Mesmo assim, JESUS É
DIGNO de que todo crente de uma localidade se congregue somente ao Seu nome.
Sendo
assim, se a vontade de Deus se faz tão evidente no céu, ao estarem todos
congregados à Pessoa do Cordeiro, como posso orar: "...seja feita a tua
vontade, assim na Terra como no céu" (Mt 6:10), a menos que esteja pronto
a deixar todo nome e divisão sobre a Terra, como se faz no céu? Não seria mais
honesto admitir: "Tenho estado na divisão tal e todos os meus amigos estão
ali; dispensa-me, portanto, de fazer a Tua vontade sobre a Terra, como se está
fazendo no céu"? Será que é custoso demais reconhecer o senhorio de Cristo
para a glória de Deus Pai, e não reconhecer a nenhum outro além de Cristo? Deus
dá o mais elevado valor ao nome de JESUS. O homem diz que não importa que nome
se leve...! Não é a natureza humana a mesma em todos os lugares? Não há a mesma
tendência idólatra onde se reconhece qualquer nome como a cabeça de uma
divisão? Ao se exaltar esse nome, o nome de Jesus não é reconhecido, até que,
por fim, torna-se de pouca importância o ser cristão, porém uma grande coisa
pertencer à denominação tal. Certamente isto é "madeira, feno, palha"
(1 Co 3:12) que não vai perdurar no dia vindouro. Nos dias dos apóstolos,
"JESUS" era o nome exaltado sobre qualquer outro nome. Exaltar
qualquer outro nome, ainda que fosse um Paulo, ou um Cefas, era denunciado pelo
Espírito de Deus como carnalidade e cisma. O simples fato de se tolerar outro
nome, ou nomes, era virtualmente rebaixar o glorioso Cristo ao nível de um mero
homem (1 Co 1:12; 3:4-5). (N.T.: Veja também Mt 17:4-6.)
Não
acontece o mesmo hoje? Jesus é digno da adoração unida dos milhões de redimidos
que se reunirão no céu, portanto Ele é digno da adoração unida e do louvor de
todos os cristãos agora sobre a Terra. Não importa o que os outros façam, se
reconhecem ou não somente a este Nome perante o mundo - se você, querido
crente, deseja fazer a vontade de Deus, seu caminho é claro: deixe todo nome e
divisão, e congregue-se somente ao nome do Senhor JESUS, o Senhor exaltado do
céu.
A dúvida
que pode surgir agora na mente de alguém é quanto ao tipo de presidência na
igreja que está realmente de acordo com os pensamentos de Deus. Isto nos conduz
à segunda razão:
A SOBERANIA DO ESPÍRITO DE DEUS
Esta é a
segunda razão pela qual nos reunimos somente ao nome do Senhor Jesus. Antes de
Jesus partir deste mundo, quando Se encontrava no meio dos Seus discípulos, Ele
disse: "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber,
porque não O vê nem O conhece: mas vós O conheceis, porque habita convosco, e
estará em vós" (Jo 14:16-17).
O Senhor
Jesus prometeu solenemente que o Consolador, ou Amparador, nos ensinaria todas
as coisas. Jesus disse: "Ele testificará de Mim" (Jo 15:.26).
Observemos que Jesus não prometeu uma influência, mas a Pessoa divina e real do
Espírito Santo; uma Pessoa tão real quanto Jesus. E tão real quanto foi o testemunho
que Jesus deu do Pai, assim também o Espírito testifica de Jesus. E além disso,
o Espírito Santo nos guiará a toda a verdade. "Ele Me glorificará"
(Jo 16:14). Deus cumpriu esta promessa. Tendo sido Jesus glorificado nas
alturas, Deus enviou o Espírito Santo (At 2:4-38). Então, a partir daquele
momento, será em vão procurarmos, em todo o Novo Testamento, qualquer tipo de
presidência na Igreja, exceto a direção soberana do Espírito Santo.
Vemos o
Espírito Santo presente com a Igreja em Atos de uma forma tão real quanto foi a
presença do bendito Jesus com os discípulos nos Evangelhos. O Pentecostes foi
uma admirável manifestação da presença e do poder do Espírito Santo. "E
tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do
Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus" (At 4:31).
Sim, foi tão real a presença do Espírito Santo que Pedro, no caso de Ananias,
disse: "Porque encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo?" (At 5:3). E quando o evangelho foi pregado aos gentios, o Espírito
Santo desceu sobre eles da mesma forma (At 11:15). O mesmo sucedeu em Antioquia
(At 13:52). E quão clara e definida foi a direção dada pelo Espírito Santo ao apóstolo
Paulo e aos seus companheiros quando "foram impedidos pelo Espírito Santo
de anunciar a palavra na Ásia" e "intentavam ir para Bitínia, mas o
Espírito de Jesus não lho permitiu" (At 16:6-7). Veja ainda Atos 19:2. Se
passarmos agora a 1 Coríntios 12, a presidência do Espírito na igreja se
apresenta com a maior evidência: "Ora, há diversidade de dons, mas o
Espírito é o mesmo". "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada
um, para o que for útil" (vs.4, 7). Esta passagem é geralmente aplicada ao
mundo, em forte oposição ao versículo das Escrituras que diz: "O Espírito
de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece"
(Jo 14:17). Mas acerca de qualquer variedade de dons que exista na igreja,
"um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como (Ele) quer" (1 Co 12:11).
Responda-me
agora, qual denominação reconhece desta forma o Espírito de Deus em nossos
dias? Não há uma que o faça, pois a partir do momento em que
qualquer assembléia de cristãos reconhecer desta forma o Espírito de Deus,
nesse momento deixa de ser uma divisão, ou denominação, pois o Espírito
Santo não honrará a nenhum nome senão o nome do Senhor Jesus. Vamos então
comparar uma assembléia que tem mil e novecentos anos com uma assembléia
denominacional de nossos dias, e isto ficará evidente. Todos os cristãos em uma
localidade se reuniam juntos ao nome de Jesus; o Espírito lhes dava diversidade
de dons, sendo alguns dotados para pregar, outros para ensinar, outros para
exortar, e assim sucessivamente com todas as diversas manifestações do
Espírito. E Ele, o Espírito, estava realmente no meio deles, repartindo
particularmente a cada um como queria. Falavam dois ou três - se algo fosse
revelado a outro que estivesse assentado, o primeiro se calava - e esta é a
ordem de Deus, conforme lemos em 1 Coríntios 14:29-33: "E falem dois ou
três profetas, e os outros julguem. Mas se a outro, que estiver assentado, for
revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar,
uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os
espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de
confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos". Quando a
direção soberana do Espírito de Deus era reconhecida, a ordem existente era
claramente esta.
Agora
entremos em alguma "igreja" pertencente a alguma denominação de
nossos dias. Responda-me: Quando é que se aguarda, ou se permite, que o
Espírito Santo reparta particularmente a cada um como Ele quer? Pode não ser
intencional, mas a direção do Espírito Santo tem sido posta de lado. Um homem
toma o Seu lugar, e seja esse homem guiado ou não pelo Espírito - esteja em
feliz comunhão com o Senhor ou não - ele tem que preencher o tempo. O fato de
não se reconhecer a presença Pessoal e a direção soberana de Deus, o Espírito
Santo, é muito triste. Os diferentes dons não são exercitados e a obra de
ministério acaba sendo um encargo de um só homem. Mas o pior de tudo é que o
Espírito de Deus não é reconhecido na assembléia, para que a dirija em
adoração, e uma ordem humana, ou melhor, toda a sorte de desordem humana, toma
lugar. Poderá soar bem chamar a isto de liberdade de consciência; mas onde está
a liberdade do Espírito de Deus, para usar aqueles que Ele quer, para a
edificação da igreja de Deus? Será este um assunto de pouca importância?
Porventura não foi o não reconhecer a direção e a presidência de Deus pelo Seu
povo Israel, e o desejo de ter um homem como rei no lugar de Deus, um triste
passo no caminho da queda desse povo? E qual é a história dos profetas, senão a
de uns poucos homens (em meio de um povo que se esqueceu de Deus) que
encontravam e sustentavam esta bendita realidade - a presença de Deus entre
eles? Quão solene ensinamento temos no livro de Jeremias: ele se assentou
solitário (Jr 15:17), porém foi chamado pelo nome do Senhor Deus dos Exércitos.
Quão doces são as palavras do Senhor a ele: "Tornem-se eles para ti, mas
não voltes tu para eles" (Jr 15:6-21).
Tal é,
sem dúvida, o solene e bendito lugar, nestes dias, de todos aqueles que têm
sido levados a reconhecer a presença real do Espírito Santo na assembléia. Na
verdade estes têm constatado que as palavras do Senhor são mais doces que as do
homem. Oh! que todos os queridos filhos de Deus, em todas as denominações,
venham a conhecer a benção de uma sujeição de coração não fingida à soberana
direção do Espírito Santo! Onde quer que isto exista, não em uma forma
simplesmente aparente, mas real, o Espírito Santo testifica de Cristo de uma
maneira tal que nenhuma sabedoria humana pode sequer imitar! Desde os hinos
dados por um, as orações feitas por outros, e a leitura da Palavra, dirigida
pelo Espírito Santo, manifestam de tal maneira a direção divina, e dão um tal
sentimento da presença de Deus, que somente se pode desfrutar onde o Espírito
de Deus é reconhecido desta forma. Portanto, não devo ir aonde não é
reconhecido Aquele a Quem o Pai enviou para nos guiar, nos guardar, e habitar
conosco até o fim, não importa quem seja que O substitua - Deus está sempre com
a razão e o homem está equivocado. Não se trata de uma questão de opinião, mas
sim uma questão de reconhecer, ou então usurpar o lugar do Espírito Santo como
o Guia soberano e Aquele que preside na assembléia. Tenho encontrado a realidade
de Sua própria presença, por isso devo estar separado de toda comunidade onde
Ele não seja assim reconhecido. Apresento, a seguir, a terceira razão de nos
reunirmos somente ao nome de Cristo:
A UNIDADE DA IGREJA
Ou, mais
corretamente, a unidade do um só corpo. Não estou inteirado de que exista
alguma passagem nas Escrituras que mencione a expressão "uma só
igreja", mas há "um só corpo" (Ef 4:4). A palavra traduzida por
"igreja" significa simplesmente "assembléia". A mesma
palavra grega é usada no original, em Atos 19:32,39,41, também para descrever
uma multidão de pagãos (N.T.: Do grego "ekklesia", traduzida para o
português, na Versão Almeida Corrigida, como "ajuntamento"). A Igreja
de Deus é a assembléia de Deus. (N.T.: Não confundir as expressões "Igreja
de Deus" e "assembléia de Deus", encontradas na Bíblia, com
algumas denominações que adotaram para si mesmas estes nomes. A igreja ou
assembléia de Deus que é encontrada na Palavra inclui todos os salvos, e não
apenas alguns membros de um sistema criado pelo homem. Charles Stanley, o autor
deste livreto, viveu de 1821 a 1888, quando ainda não existiam as organizações
que arvoram para si próprias os títulos de "Igreja de Deus" ou
"Assembléia de Deus"). No seu aspecto local, a igreja ou assembléia de
Deus trata-se de todas as pessoas salvas de determinado lugar, que se congregam
como tais para adorar a Deus, tendo sido todos os seus pecados tirados para
sempre (Hb 10.17). Nenhuma outra assembléia pode chamar-se uma igreja ou
assembléia de Deus. Nem poderia ainda uma assembléia chamar-se assim
verdadeiramente a igreja de Deus, quanto às suas práticas, a menos que tal
assembléia reconhecesse verdadeiramente a Deus, o Espírito Santo, para os guiar
e guardar em todas as coisas, como faziam as assembléias de Deus nos dias dos
apóstolos.
Tomemos a
seguinte ilustração: Suponhamos que o Reino da Inglaterra enviasse um
comandante ao exército britânico na Índia, e que, durante algum tempo, todo
aquele exército se submetesse ao seu comando. Então poderíamos considerá-lo
apropriadamente como sendo o exército do Reino da Inglaterra. Mas se esse
exército pusesse de lado aquele comandante e nomeasse outro; ou se esse
exército se dividisse em partes separadas, e cada divisão nomeasse o seu
próprio comandante, cada soldado continuaria sendo um soldado britânico, mas
poderia o exército dividido chamar-se corretamente o exército do Reino? Tendo
posto de lado a autoridade do comandante nomeado por sua majestade, não estaria
cada divisão se colocado em um estado de insubordinação, e não seria uma falta
de lealdade unir-se às fileiras de qualquer uma dessas divisões?
Agora,
apliquemos isto à igreja ou assembléia de Deus. Por algum tempo a autoridade do
Espírito Santo enviado do céu foi reconhecida, assim como o exército britânico
reconheceu, por um certo tempo, a autoridade do comandante nomeado pelo Reino.
Logo, porém, a autoridade soberana do Espírito Santo foi posta de lado e por
esta razão nenhuma divisão da igreja professa pode chamar-se a verdadeira
assembléia ou igreja de Deus, assim como nenhuma divisão do exército britânico,
que deixasse de reconhecer o comandante nomeado por sua Majestade e
estabelecesse seu próprio comandante, poderia chamar-se o verdadeiro exército
do Reino.
Estou
plenamente de acordo que, tendo a direção do bendito Espírito de Deus sido
esquecida por tanto tempo, torna-se muito difícil fazer com que os cristãos de
hoje compreendam o que isto significa. Tomemos outra ilustração: É anunciado
que um certo estadista presidirá uma reunião pública dos habitantes de um lugar
qualquer. A assembléia se reúne, o estadista vem, põe-se em pé no palanque...
mas ninguém o reconhece! Ele fala, mas ainda assim ninguém lhe dá ouvidos! O
povo envia uma mensagem após outra à casa daquele mesmo estadista, rogando-lhe que
compareça à reunião; eles desejam sua influência, porém desconhecem sua
presença pessoal, e acabam nomeando algum outro para presidir. Este é um quadro
exato das divisões nos dias de hoje.
Não
importa de que maneira tenhamos entristecido o Espírito e O não tenhamos
reconhecido. Ainda assim essa preciosa promessa se cumpre: "E Ele (o Pai)
vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo
14:16). Sim, do mesmo modo como o estadista encontrava-se presente; embora o
ignorassem, pois continuavam a enviar mensagens à sua casa; assim também o
Espírito Santo veio à assembléia de cristãos; está presente no exato momento em
que se está fazendo oração, em ignorância, para que Ele venha do céu. Na
verdade, há cristãos que, quando oram, parecem mais estar orando apenas por uma
influência! Não seria ofensivo falar de Deus, o Pai, como sendo uma influência?
Não seria por demais repugnante dizer que a vinda de Deus, o Filho, a este
mundo foi somente uma alegoria ou uma influência? E porventura não é Deus, o
Espírito Santo, uma Pessoa tão real agora sobre a Terra como foi o Filho quando
esteve neste mundo e que agora está no céu? O que um comandante é para um
exército, ou um presidente para uma reunião, assim é o Espírito Santo para a
assembléia de Deus - mandando, dirigindo, usando aqueles quem Ele quer. Nenhuma
assembléia, onde Ele não é assim reconhecido, pode chamar-se a assembléia de
Deus; portanto devo me separar de tais assembléias, se quiser ser leal a Deus.
Mas
poderá haver objeções: "Acaso não tem havido fracasso e divisão entre
aqueles que professaram reconhecer o Espírito de Deus? É triste termos que
admitir isto; mas nada poderia provar com maior clareza a verdade destas
declarações com respeito à presença do Espírito. Qual tem sido a causa de toda
tristeza e divisão? Deixar de lado a direção soberana do Espírito Santo. Porém,
dizer que o fracasso é a razão pela qual alguém não deve reconhecer a direção
do Espírito na assembléia, ou referir-se ao fracasso como uma desculpa para
permanecer onde o Espírito Santo não é reconhecido, é como alguém dizer que
deve, como indivíduo, deixar de andar no Espírito só porque algum cristão, ou
ele próprio, fracassou em seu caminho. Acaso não devem nossos pecados e
fracassos passados fazer-nos mais vigilantes e sinceros para andar em Espírito?
Somente Ele é o salvaguarda do cristão e da Igreja. Bendito Guardião! A fonte
de todo o fracasso que a igreja experimentou foi sempre o não reconhecimento da
direção do Espírito. Não importa o que possa vir; se ela tão somente confia em
seu bendito Guardião, tudo está bem. O mesmo sucede com o cristão; se ele anda
segundo a carne, uma pequena dificuldade poderá causar uma queda, mas se anda
no Espírito, não importa quão grande possa ser a tentação, tudo estará bem.
Portanto, cada fracasso passado na igreja ou assembléia convoca-nos a uma
sujeição genuína ao Espírito de Deus. Que pensariam vocês se um homem dissesse:
"Tal pessoa, que professava ser um cristão, fracassou e foi encontrada
embriagada na rua; portanto, continuarei sendo um bebedor e estarei
seguro"? Não é o mesmo que dizer, em princípio, "Os tais filhos de
Deus fracassaram em guardar a unidade do Espírito, portanto eu permanecerei
agora onde o Espírito não é reconhecido"? Rogo que não julguem esta solene
pergunta pelo fracasso do homem, mas sim pela Palavra de Deus.
"Todas
as Minhas coisas são Tuas, e as Tuas coisas são Minhas; e nisso Sou
glorificado... para que sejam um como Nós somos um" (Jo 17:10,22). Estas
preciosas palavras de Jesus abrangem cada filho de Deus durante esta
dispensação. Qual é, então, a glória que o Pai deu a Jesus?
"Ressuscitando-O dos mortos, e pondo-O à Sua direita nos céus. Acima de
todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se
nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas
a Seus pés, e sobre todas as coisas O constituiu como cabeça da igreja, que é o
Seu corpo, a plenitude daquEle que cumpre tudo em todos". (Ef 1:20-23).
"E Ele é a cabeça do corpo da igreja: é o princípio e o primogênito dentre
os mortos, para que em tudo tenha a preeminência" (Cl 1:18). Portanto, a
glória que é dada a Jesus, Lhe é dada como sendo o Cristo ressuscitado; e como
o Cristo ressuscitado, Ele é o princípio e a Cabeça do corpo. Por isso cada
membro desse corpo deve ressuscitar juntamente com Cristo. E assim é, que se
alguém está em Cristo, é nova criatura, ou nova criação. Jesus disse: "Eu
dei-lhes a glória que a Mim Me deste" (Jo 17:22). E isto vale para todos
os que são dEle. Portanto cada cristão é um com Cristo ressuscitado, na mais
elevada glória, como está escrito: "E nos ressuscitou juntamente com Ele e
nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2:6).
Que
diferença enorme deve haver, então, entre um corpo celestial ressuscitado e uma
sociedade terrenal! A única sociedade terrenal que Deus teve foi a nação dos
israelitas. E ainda durante o tempo da vida de Cristo, a pequena companhia ou
rebanho de discípulos era dessa nação. Não foi senão depois da Sua ressurreição
e ascensão à glória que o Espírito Santo pôde ser dado para formar a
"Igreja, que é o Seu corpo" (Ef 1:22). Este foi o mistério guardado e
escondido desde os séculos: que a sociedade terrenal, ou nação dos israelitas,
seria posta de lado durante algum tempo, e que o Espírito Santo tomaria, dentre
todas as nações, judeus e gentios, um corpo celestial - e que este corpo se
uniria à Cabeça em uma glória ressuscitada e elevada; abençoado com todas as
bênçãos espirituais, nos lugares celestiais em Cristo. Onde quer que um filho de
Deus esteja (no que diz respeito ao seu corpo aqui na Terra), em espírito ele é
tão verdadeiramente um com o Cristo ressuscitado, quanto um membro do corpo
humano é unido à pessoa à qual esse membro pertence. Portanto, ser um em Cristo
não é uma união mas uma unidade perfeita. Assim como não podemos falar em
"união" dos membros do corpo humano, porque todos esses membros
constituem uma única pessoa, assim também é o Cristo celestial ressuscitado.
"Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, são um só corpo assim é Cristo também. Pois todos nós
fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos,
quer servos, quer livres... Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em
particular" (1 Co 12:12-27).
Certamente
o Espírito usa a linguagem mais forte possível, e as figuras mais notáveis,
para expressar essa admirável unidade. Compare a passagem acima com a seguinte:
"Porque somos membros do Seu corpo" (Ef 5:30). Não diz que éramos um
com Ele durante Sua vida na carne, pois isso teria sido impossível: se Ele não
tivesse morrido, teria ficado só (Jo 12:24). A unidade terrenal de homens
pecadores com um Cristo sem pecado, não teria sido possível. Não; Ele tinha que
morrer, e morreu pelos pecados de muitos. E havendo passado pela morte por nós,
como nosso Substituto - havendo, por meio do derramamento de Seu precioso
sangue, pago o nosso resgate, Ele foi levantado de entre os mortos, e isso como
nosso fiador justificado (Is 50:8). E tudo isso por nós! "Ressuscitou para
nossa justificação" (Rm 4:25). E somos, assim, considerados mortos com
Ele, justificados com Ele e um com Ele, nesse Seu estado ressuscitado,
justificado e sem pecado. De maneira que somos, e não "éramos" um com
Ele. Assim como um homem é uma única pessoa, mesmo que tenha muitos membros,
assim também é Cristo ressuscitado: embora tendo muitos membros sobre a Terra,
todos estão unidos a Cristo e são um com Cristo e em Cristo, a Cabeça no céu.
"Somos membros do Seu corpo" (Ef 5:30). "Há um só corpo"
(Ef 4:4). Que admirável nova criação - uma nova existência; transportados para
o reino do Filho do Seu amor - já somos; e não seremos quando morrermos. Ele
"nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do
Filho do Seu amor" (Cl 1:13). O esquecimento desta realidade atual, da
unidade de toda a Igreja de Deus no Cristo ressuscitado na glória celestial, é
uma triste causa da existência dos sistemas mundanos e das divisões terrenais
que os homens denominam "igrejas".
Freqüentemente
eu pergunto: "Quando estivermos no céu, serão toleradas as seitas e
divisões?" "Oh! Certamente que não!", é a resposta que ouço.
Cristo então será tudo. Mas acaso já não estamos agora ressuscitados e
assentados com Ele nos céus? (Ef 2:6). E não é Cristo tudo agora? (Cl 3:11). Na
nova criação "não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro, cita, servo ou livre"; Oh! não! "Mas Cristo é tudo em todos.
"As coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto
provém de Deus" (2 Co 5:17-18). Isso é válido para todo homem em Cristo.
Ele é uma nova criatura.
Portanto,
o corpo ressurreto de Cristo é um só corpo, composto de todos os verdadeiros
crentes de cada nação; trata-se de uma nova criação de entre os mortos:
ressuscitados juntamente e unidos por Deus, o Pai (Ef 2). Nunca poderá se
separar (Rm 8:39). Não há nenhuma divisão nesse corpo celestial e nem tampouco
pode haver, porque as coisas velhas já passaram. Bendito Jesus! Tua oração é
respondida: "Que todos sejam UM" (Jo 17). Sim! Todos os que crêem são
UM com Cristo nos lugares celestiais.
QUAL É A VONTADE DE DEUS PARA OS CRENTES
SOBRE A TERRA?
Ainda que
sejamos um com Cristo nos céus, estamos, todavia, por um curto espaço de tempo
ausentes. Não quero expressar opiniões, porém, qual é a mente do Senhor?
Pergunta solene! Queira Ele dar-nos graça para fazermos a Sua preciosa vontade.
Que Deus
condena a divisão, nenhum dos que se submetem à autoridade de Sua Palavra
inspirada irá querer negar. Diante do primeiro sinal ou embrião das divisões, o
apóstolo disse: "Rogo, porém, irmãos, pelo nome do nosso Senhor Jesus
Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós
dissensões;... cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolos, e eu de
Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido?" (1 Co 1:10-13). Certamente
não posso estar enganado quanto à vontade do Senhor nestes dias, quando cada um
diz: "Eu sou de Roma, eu de Grécia, eu da Anglicana, eu de Wesley,
etc". Deus roga a todos os crentes, pela glória e preeminência do nome do
Senhor Jesus, que não haja divisões. Deus não tolera nenhum nome ou divisão.
Permitir qualquer nome que não seja o nome de Cristo é rebaixar Seu bendito
nome, colocando-o no mesmo nível de outros: "Eu sou de Paulo... e eu de
Cristo". Se a vontade de Deus é que não haja divisões, como posso
pertencer a qualquer uma delas, ou como posso apoiar qualquer divisão, sem
estar desobedecendo a vontade revelada de Deus? Leitor, responda a esta
pergunta na presença de Deus, tendo diante de você a Sua Palavra inspirada.
Para que
não haja nenhum engano, o Espírito de Deus fala de novo sobre o mesmo tema:
"Porque ainda sois carnais: pois, havendo entre vós inveja, contendas e
dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?
Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolos: porventura não sois
carnais?" (1 Co 3:3-4). Se o Espírito Se lastimou ao dizer: "Eu sou
de Paulo, e eu de Apolos", será que hoje agrada ao Espírito que digamos:
"Eu sou de Wesley, e eu dos Independentes"? É isto espiritualidade ou
carnalidade? Deus aprova ou desaprova isto? Deus não poderia falar mais
claramente, não somente quanto aquilo que Ele condena, senão também quanto
aquilo é Sua vontade concernente ao que é reto: "Para que não haja divisão
no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros" (1 Co
12:25). Os homens dizem que deve existir divisões, e gostariam que eu me
juntasse a uma delas ou ajudasse a aumentá-las. Deus diz que não deve haver
nenhuma, porque o corpo é um. Devo obedecer a Deus ou aos homens? Julguem vocês
mesmos.
Que
unidade tão bendita - um com a cabeça nos céus, e um com cada membro aqui na
Terra. Sim, com cada membro - cada cristão sobre a Terra. Quão preciosa é a
vontade de Deus. "De maneira que, se um membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com
ele. Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular" (1 Co
12:26-27). Certamente, até agora, não temos reconhecido esta admirável unidade.
Mas não rebaixemos o ideal. Não chamemos de bom aquilo que é mau. Com toda a
certeza a divisão é um mal, e algo amargo aos olhos de Deus. Ele até mesmo a
relaciona com pecados tais como adultério, homicídio e embriaguez! (Gl
5:17-21). A palavra "heresia" significa "seitas" (ou
divisões). Oh! Se é assim, voltemos ao Senhor com profunda humilhação!
Confessemos-Lhe o nosso pecado e a vergonha que é a igreja dividida!
Somos
chamados à unidade celestial com o Cristo ressuscitado. É a vontade de Deus
"que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com TODA a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e
um só Espírito" (Ef 4:1-4). Você deseja, querido crente, fazer a vontade
de Deus? Então aqui está o bendito caminho: a unidade do Espírito. Cristo deve
ser sempre a cabeça. O bendito Espírito reúne à Pessoa de Cristo; e onde estão
dois ou três reunidos ao SEU NOME, ali está Ele no meio deles (Mt 18:20). O
homem faz uma "reunião" em qualquer nome que lhe agrade. Somente o
Espírito congrega os crentes a Cristo. As duas coisas são tão diferentes como a
unidade que existe no céu e a dispersão que existe na Terra.
Todos os
crentes são um no Cristo ressuscitado, e a vontade de Cristo é que essa unidade
seja manifestada ao mundo inteiro. Quão profunda e comovedora é a forma como
isto pode ser visto nas comunicações mútuas entre o Filho e o Pai: "Para
que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles
sejam um em Nós, para que o mundo creia". E outra vez: "Eu neles, e
Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça
que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim"
(Jo 17:21-23). Assim, em lugar de divisões terrenais e discórdias, o bendito
Senhor deseja que nós manifestemos ao mundo nossa unidade com Ele. Apesar de
termos fracassado, nem por isso estou dispensado da fidelidade devida ao Cristo
ressuscitado, e não posso, portanto, estar identificado com qualquer coisa que
desonre a Ele ou que seja contrária à Sua vontade. Tem sido demonstrado que as
seitas e divisões são inteiramente contrárias à vontade do Senhor, portando
devo separar-me de todas elas, se desejo andar em conformidade com a Palavra de
Deus. Não posso reconhecer nenhuma igreja, mas apenas ao um só corpo; nenhum
princípio de direção na igreja senão a direção do Espírito Santo; nenhum outro
nome senão o Nome do Senhor Jesus Cristo, a única cabeça do corpo ressuscitado
que é a igreja de Deus.
O caminho
poderá ser difícil, porém, quando é que foi fácil a senda da fé? Estamos em
tempos perigosos. Àquilo que é mau se chama bom; ao que é bom se chama mau. À
indiferença se dá o nome de neutralidade. "Pelo que diz: Desperta, tu que
dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá... Pelo que não
sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor" (Ef
5:14,17).
Acrescentarei
algumas palavras em conclusão. Deus pode nos reunir somente ao Nome do Senhor
Jesus. Não nos reunimos por nossa própria vontade. Devemos buscar unicamente a
Glória de Cristo, e também ganhar almas para Ele. Não nos envergonhemos de Seu
precioso Nome e do bendito lugar no qual Ele nos colocou como Suas testemunhas.
Sim! Levantemo-nos como um só homem para fazer conhecido tudo o que é devido a
Cristo. Porém isto só pode ser feito com uma fé firme. Poderá haver o nome e a
forma, porém não o poder. Se somos reunidos ao nome do Senhor Jesus, será que
esperamos sempre que o Espírito testifique dEle? Quando os homens vão escutar
um pregador eloqüente, esperam ouvir a esse homem. E nós, esperamos o ensino do
Espírito de Deus pela Palavra? Porventura não agrada a Deus usar os dons que
Ele deu à igreja? É claro que sim. Não estou falando aqui de um impulso cego,
ou daquilo que alguns chamam de luz interior de um ser humano. Não! Eu
pergunto: Cremos verdadeiramente na presença da Pessoa divina do Espírito
Santo? Então, que ninguém, por assim dizer, "já ensaiado", se levante
para expor seus próprios pensamentos, e que o mais débil não diga: "Não
reúno condições necessárias para que Deus me use". Que haja uma verdadeira
entrega de nós mesmos a Deus, seja para estarmos quietos ou para sermos usados
para falar as palavras que Ele der - ainda que seja apenas a leitura de um
versículo das Escrituras. Porventura não tem sido assim que normalmente
experimentamos mais do verdadeiro poder da presença de Deus, e isto de uma
forma indescritível? Quão bendito é sentir que estamos em Sua presença; escutar
as Suas palavras, como se Ele estivesse falando em uma voz audível. Oh! Que
haja muita oração fervorosa para que a direção do Espírito Santo seja
manifesta, sentida e vista em cada reunião! Tenham fé, irmãos meus, em Deus!
Há trabalho
para cada membro, segundo a medida da Sua graça. Nem todos são capazes de falar
em público, porém, acaso Deus não pode usar os esforços mais débeis ou uma
palavra que seja? Sim! Com frequência a oração de um homem pobre, cheio do
Espírito, é de muito maior bênção para os santos do que a eloqüência de um
apóstolo. Queira o Senhor mesmo dirigir-nos a uma genuína submissão ao Espírito
Santo, de acordo com Sua bendita Palavra.
Charles Stanley
"Estaria
você pronto a abandonar tudo aquilo que não subsistir ao exame da palavra de
Deus - e permanecer nesta posição... e não aceitar nada menos do que isso,
mesmo que possa ficar sozinho numa tal posição?"
C.H.Mackintosh
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